Oficina e workshops apresentam metodologias sobre elaboração de projetos, empreendedorismo e fotografia

Os encontros com o público e as ações pedagógicas para além da cena apresentada produzem idéias, pensamentos e atitudes que podem ser desdobradas em potências criativas. Essa é uma das principais propostas da programação formativa realizada no Festival de Teatro do Tapajós. Mantendo essa perspectiva, hoje (25) foram realizadas três atividades – uma oficina de “Elaboração de Projetos” e dois workshops, um de fotografia e outro de empreendedorismo.

A oficina de “Elaboração de Projetos Culturais” ministrada pelo ator, produtor cultural e coordenador do evento, Elder Aguiar, aconteceu no espaço do Theatro da Victória. De acordo com o oficineiro, a atividade foi condensada com duração de 4 horas, onde foi possível salientar sobre aspectos gerais do tema. “Aqui eu passei para os alunos sobre as leis Semear e a Rouanet, que é Federal, além de expor sobre elementos que compõem o projeto cultural, como a apresentação, a justificativa, o objetivo geral, específico, entre outros”, disse Elder.

O encontro permitiu um público diverso, do audiovisual, teatro, dança e foi possível dividir com as participantes dicas, macetes de escritas, cases de sucesso de projetos e também sobre captação de recursos.

“São pessoas que já escreveram projetos, outras não, acredito que vieram justamente para entender como funciona esse mecanismo, para se aproveitarem de forma positiva em projetos futuros. Acredito que saíram bastante contentes”, frisou.

Um dos exemplos destacados na oficina foi a produção do Festival do Teatro do Tapajós e o Festival Solos do Pará, que tem como proponente o grupo Olho D´àgua. Os participantes puderam entender ainda sobre como funciona a questão orçamentária e como realizar a prestação de contas.

A estudante de Antropologia, Cineasta e Produtora Cultural, Amanda Poça, achou fundamental para vida profissional a participação na oficina. “Aqui a gente estreita os laços, entende como que outros estão construindo suas produções, acho que eu enquanto produtora e também fazedora de cultura, ligada ao audiovisual, acho importante está em contato e participando de outros movimentos de formação livre, é uma forma de salvaguardar o nosso ofício aqui”, comentou.

A participante elogiou o oficineiro e destacou a importância de troca de conhecimentos com pessoas mais experientes da área artística. “A gente sempre vai aprender, sempre tem uma coisa ou outra do processo de produção que a gente não saca, e com pessoas que estão na caminhada há mais tempo, como por exemplo, o Elder, que é uma referência aqui na região, de produção, pode ajudar a gente”, concluiu.

Edson Rodrigues, que é um dos líderes do grupo santareno de “Carimbó do Pará”, presidente e membro de um grupo de resistência em uma comunidade quilombola, falou sobre a motivação em participar da oficina.

“Eu vim pra aprimorar meus conhecimentos, para ter mais noção, visibilidade, de ter como escrever, financeiro, prestação de contas. Preciso saber mais”, disse.

Oficina “Imagem da Cena”

Outra atividade realizada no dia de hoje, ocorreu na Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (EETEPA). O  workshop a ‘Imagem da Cena’, foi ministrado pelo fotógrafo profissional, Júnior Aguiar.

O momento teve o objetivo principal de tratar de técnicas eficientes para a fotografia no teatro. “Falei sobre iluminação, uso do flash, que é muito importante não utilizar durante as apresentações. Sobre ângulos, demonstrações de fotos, falei um pouco da dificuldade da fotografia no teatro, que é não tão simples como fotografar um evento”, relatou.

O workshop de cunho informativo demonstrou as dificuldades e os caminhos a serem traçados no âmbito de quem quer atuar como fotografo. “Tentei mostrar como fazer uma boa fotografia no teatro, de forma que não atrapalhe o público e nem atrapalhe quem está apresentando”, destacou.

O ministrante apresentou também na prática uma das metodologias específicas utilizadas para registrar fotos em uma peça teatral. “Mostrei como funciona a questão do obturador, o tempo de exposição de uma fotografia para chegar em um determinado resultado”, destacou.

Oficina “Empreendedorismo no Segmento Cultural”

A atriz e produtora cultural, Elizangela Dezincourt, esteve à frente da oficina “Empreendedorismo no Segmento Cultural” que destacou sobre as leis de incentivo a cultura, sobre os caminhos possíveis para elaborar os projetos de forma digna em várias vertentes, teatro, música, dança, dentre outros.

“É importante enfatizar que no empreendedorismo cultural nós somos limitados e isso ficou muito claro durante a oficina e por isso pensamos no network do empreendedorismo cultural, que é enorme. Então, fizemos exercícios práticos de apresentação dos alunos dentro da área que atuam ou pretendem atuar, se são empreendedores ou não,  e o que faz dentro do seu grupo cultural. Sabemos que não fazemos nada sozinho, precisamos do entrelaçamento, onde um ajuda o outro, pra fazer seu evento acontecer”, disse.

Dúvidas esclarecidas dentro do segmento de atuação, dicas, trocas de contatos e orientações para manter relações profissionais capazes de reverberar e colaborar dentro do fazer cultural dos participantes.

Serviço: Idealizada pela dupla de fazedores de cultura de Santarém, Elizangila Dezincourt e Elder Aguiar, responsáveis pelo Grupo Olho D’água, o evento tem o patrocínio da Equatorial Energia Pará, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O objetivo do FestTeatro é proporcionar experiências dos fazeres e saberes em uma verdadeira imersão artística, de encontros com a comunidade amazônica.   

Ascom do FestTeatro

Texto: Diene Moura
Revisão: Natashia Santana
Fotografia: Júnior Aguiar e Carlos Cristiano

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