Sem dizer uma palavra, o ator Marcos Efraim, natural de Santarém e morador de Manaus, trouxe ao Festival de Teatro do Tapajós, na noite deste sábado (11), o espetáculo ‘Sarau do Feupudo’, que levou ao palco uma beleza poética da verdadeira essência do palhaço. A peça teatral despertou um sentimento mágico nas crianças, adultos e idosos presentes na Casa da Cultura. Com uma encenação que compôs música, dança, malabares, músicas, poesias, a plateia riu e se emocionou com a cênica apresentada.
Abusando da sonorização, da expressão corporal e com acessórios simples, o palhaço interagiu com todos. Em alguns momentos usou baralho, brinquedos e balões, e nesse processo artístico convidou algumas pessoas para a encenação. O artista iniciou o Sarau com instrumentos musicais e posteriormente seguiu com a performance, permitindo a interação do público gerando dinamismo e muito bom humor.
Para a produção do espetáculo, o autor conta que se inspirou em outros saraus que eram promovidos na época que ele era estudante – na Escola de Artes, a qual estudou no estado do Amazonas. Ele conta que a ideia surgiu em um período difícil em que todo o Brasil passava pelo lockdown, causado pela pandemia da covid-19.
“A gente não podia sair, ficava em casa, então eu pensei, preciso produzir. Foi quando tive a ideia de montar um sarau parodiando da escola de teatro, onde é um palhaço fazendo loucuras, invertendo papéis, coisas nesse sentido. O palhaço submerge muita coisa, ele não precisa saber dançar, cantar, mas ele faz”, frisou.
O enfermeiro, Evandro Boa Morte, de 40 anos, com sua experiência de ator, diretor e produtor cultural fez sua análise como membro da plateia e afirmou que a apresentação lhe remeteu a lembranças familiares.
“Estou muito encantado, eu voltei ao tempo de criança, me lembrou muito minha infância com minha família, muito mesmo. Principalmente nas horas dos balões, eu voltei nos aniversários de criança quando tinha palhaço, a gente corria atrás dos balões e íamos furar pra pegar as guloseimas. Lembrei do meu pai, que ele é falecido, ele gostava muito de balão e quando começou a flutuar, eu pensei: é meu pai brincando com o balão”, disse emocionado.
Outro participante que veio apreciar a noite de espetáculo foi Aldo Lima, de 43 anos. Ele elogiou o ator e convidou a população santarena a comparecer às apresentações teatrais.
“Achei fantástico, uma cumplicidade muito inteligente que interage com todo o público, isso é um grande diferencial do festival. Superou minhas expectativas, e eu convido a virem prestigiar o festival que está muito bom”, declarou
Serviço: Idealizada pela dupla de fazedores de cultura de Santarém, Elizângela Dezincourt e Elder Aguiar, responsáveis pelo Grupo Olho D’água, o evento tem o patrocínio da Equatorial Energia Pará, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O objetivo do FestTeatro é proporcionar experiências dos fazeres e saberes em uma verdadeira imersão artística, de encontros com a comunidade amazônica.
Assessoria de Imprensa do Festival
Texto: Diene Moura – Jornalista
Revisão: Natashia Santana – Jornalista
Foto: Júnior Aguiar e Carlos Cristiano